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29/01/2021
Árvores nas redes de energia: um prejuízo que vai muito além do financeiro gerado à Cegero
Em 2020 foram 118 atendimentos emergenciais relacionados a queda de árvores ou vegetação sobre as redes de distribuição da Cooperativa de Eletricidade de São Ludgero (Cegero). Somente a Cegero teve um prejuízo de R$ 107.000,00. Valor esse, que aumenta consideravelmente se incluído os transtornos e prejuízos diretamente relacionados aos sócios e consumidores pela falta de energia ocasionada. O pedido é para que os proprietários de imóveis respeitem a legislação, pelos menos 15 metros livres para cada lado das redes.
O plantio de árvores, em especial eucalipto, muito próximo das redes de energia elétrica, tem ocasionado inúmeros prejuízos para a Cooperativa e para os sócios, direta ou indiretamente. Entre as consequências estão a interrupção do fornecimento de energia em dias principalmente de chuvas e vendavais, custos com manutenção de redes de distribuição que foram danificadas pela queda de árvores sobre a mesma, riscos de choque elétrico a pessoas ou animais, transtornos aos consumidores pela falta de energia, em especial ao comércio, indústria e produtor rural.
O Engenheiro Eletricista, Responsável Técnico da Cegero, Adriano Maurici, lembra que o vendaval ocorrido no mês de julho de 2020, com 41 ocorrências, fez com que determinadas regiões de abrangência da cooperativa ficassem horas sem energia elétrica. Desse grande número de ocorrência, mais de 80% foi ocasionada por quedas de árvores ou vegetação sobre a rede de energia. Ele esclarece que ficou visível em determinados casos que se não tivessem árvores muito próximas das redes, mesmo com o forte vento, as faltas de energias diminuiriam consideravelmente e o restabelecimento total teria ocorrido em menor tempo. Outro mês que teve muitas ocorrências foi dezembro, chegando a 25 ocorrências no total. “O plantio de árvores sem respeitar as distâncias mínimas da rede elétrica reflete principalmente na confiabilidade e qualidade no fornecimento de energia. Além disso, há ainda o critério segurança a ser levado em consideração, visto que quedas de árvores sobre as redes de energia elétrica elevam os riscos de choque elétrico, a pessoas ou animais”, pontua o Engenheiro.
A Cegero realiza o serviço de roçada, sempre que necessário, durante todo o ano, tendo como base a Lei Estadual nº 17588 de 30 de outubro de 2018, que prevê a supressão da vegetação, a partir do eixo central da rede, de 15 metros de extensão para cada lado. É importante esclarecer que o Estatuto da Cegero, que deve ser observado por todo associado, prevê o corte das árvores que podem causar danos às redes e ao próprio associado. Porém, muitas vezes a Cooperativa encontra dificuldades para que o associado entenda os prejuízos e os riscos que pode causar o plantio de árvores muito próximas as redes.
Juliano Gesing Mattos, Engenheiro Ambiental e Sanitarista da Cegero, diz que o número de ocorrências atendidas pelas equipes de emergência, motivadas por quedas de árvores nas redes, independente de vendavais ou não, ainda é grande e o pedido é para que os proprietários dos terrenos respeitem a legislação vigente. Ele explica que na faixa de segurança onde passa a rede os proprietários poderão plantar vegetação rasteira, utilizar como pastagem ou plantios de até 3 metros de altura. “O pedido é que respeite as distâncias. Como os consumidores são os sócios da Cooperativa, o desrespeito acarreta em custos que serão pagos por eles mesmos na condição de sócio, além dos prejuízos individuais”, reforça.
A Cegero faz parte da Federação das Cooperativas de Energia e Desenvolvimento Rural de Santa Catarina (Fecoerusc) e um dos objetivos é seguir intensificando ainda mais o trabalho de conscientização sobre o tema.
O presidente da Cegero, Francisco Niehues Neto, o Chico, diz que o problema relacionado a árvores próximas as redes é antigo e cabe a cada associado fazer a sua parte. “Estamos fazendo a Gestão da Cegero para cada dia sermos mais eficientes, oportunizando cada vez mais uma energia de qualidade ao menor custo possível. Em relação a árvores precisamos da participação dos sócios. Quanto maior a consciência dos sócios, menor serão as ocorrências tendo como causa árvores nas redes, e por consequência menor será o custo de manutenção e maior será a qualidade da energia distribuída”, resume.